terça-feira, 4 de janeiro de 2011



O AVIVAMENTO DE QUE PRECISAMOS


INTRODUÇÃO - O livro apresenta o clamor do profeta junto a Deus devido à iniquidade que se vê ao seu redor, levando-o a perguntar por quanto tempo ela durará. Judá está em processo de julgamento da parte do Senhor. Deus está erguendo os caldeus, reconhecidos pela ferocidade do seu exército, para aplicar o seu juízo. O profeta questiona aqui a justiça divina. Como Deus pode permitir tal brutalidade? O seu questionamento leva-o a esperar na torre de vigia a resposta divina. No futuro, os próprios caldeus receberão o julgamento divino e o justo triunfará pela graça e misericórdia do Senhor. Os cinco Ais revelam o julgamento divino sobre a injustiça, a crueldade, a idolatria, a posse de bens tirados dos outros, a violência. O Senhor não está ausente ou calado. Ele age com justiça a começar do seu próprio povo, atingindo outras nações que se rebelam contra a sua soberania. A esperança tem o seu fundamento por esperar-se pelo Senhor. A alma do soberbo não é reta... mas o justo viverá pela sua fé, colocada na soberania e na misericórdia divina. (Hc. 2:4).

Vivemos um momento em que temos clamado ao Senhor. Clamamos pedindo justiça, paz, retidão e vida plena para todas as pessoas, povos, classes, etnias, culturas... O profeta contemplava a violência e questionava ao Senhor por não haver salvação. Ele vê perante si uma situação onde há iniquidade, opressão, destruição, violência. Há contenda e litígio em todos os lugares. A lei se afrouxa e a justiça está longe de se manifestar. O perverso age contra o justo e o cerca por todos os lados e sob todas as formas. A justiça é torcida. Estas são uma grande interrogação diante do Senhor. E pior, a resposta divina contra a presença destes sinais de morte e anti-vida no povo de Judá será manifesta e corrigida através de um outro povo: os caldeus. (Hc. 1:6).

No momento presente, necessitamos de um genuíno avivamento, centrado em Cristo, tendo como força motriz o Espírito Santo. Há, em muitos lugares, movimentos chamados de avivalistas que contradizem a Palavra de Deus. A Bíblia é nosso referencial básico. Não somente ela, mas a História, a realidade em que vivemos e nos encontramos, tanto da Igreja como da sociedade. Há necessidades múltiplas, nas pessoas, na famílias, nas comunidades eclesiais, nos agrupamentos sociais e na sociedade que se tornam desafios para um avivamento histórico e contextualizado.

O pastor luterano Valdir Steuernagel apresenta uma análise muito bem conceituada que visa objetivar a missão da Igreja em relação não apenas a chegar ao ano 2000, mas a partir dele. Ao relatar sua viagem à Índia e sua reflexão sobre a agenda missionária, ele afirma à luz da realidade de sua experiência:

Multidão, pobreza e pluralismo poderiam ser considerados palavras-chave para descrever a realidade e o desafio missiológico vividos pela igreja. Menciono este fato para justificar a necessidade de se ter num genuíno avivamento um referencial histórico e contextual em que se possa refletir à luz da Bíblia os elementos fundamentais do avivamento sem tirar os nossos pés da realidade em que vivemos.

O avivamento não significa colocar a Igreja em movimento. Fazer um grande barulho... Um louvor estridente.... Buscar sinais miraculosos e uma série de outras manifestações. Tudo isto pode existir, sem, contudo, estar havendo um genuíno avivamento. Como, da mesma forma, podem existir dentro do contexto de um genuíno avivamento.

O pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes elenca aquilo que considera não ser um avivamento. Não é:

• Um programa agendado pela Igreja,

• Uma mudança doutrinária,

• Uma mudança litúgica,

• Uma ênfase carismática unilateral,

• Um modismo,• Uma visão dicotomizada da vida, ou

• Uma campanha de evangelização.

O avivamento é uma urgente e profunda necessidade da Igreja e que os avivamentos ocorrem sempre em tempos de crise: crise econômica, política, social, moral, familiar, institucional, espiritual. O autor afirma:

O nosso maior problema não é a falta de ortodoxia, mas de ortopraxia; não é a falta de pregação, mas a de unção. Precisamos aspergir a gloriosa doutrina bíblica que temos com o óleo do Espírito e ter uma vida de santidade que recomende a doutrina que pregamos. Avivamento, portanto, é a junção do binômio puritano: ortodoxia e piedade. Ortodoxia sem piedade gera aridez. Piedade sem ortodoxia gera misticismo. Não podemos separar o que Deus uniu. Avivamento portanto, não é desvio, é volta. Avivamento não é sair da rota, é voltar para o caminho. Avivamento não é inovação, é restauração. Avivamento não é fuga da Bíblia é volta para a Bíblia. Avivamento não é anacronismo histórico, mas sintonia com o que Deus tem feito na História.

João Wesley, no desenrolar do seu movimento avivador ocorrido na Inglaterra no século 18, fundamenta a espiritualdade do movimento na ação dinâmica da Graça Divina. Surge aqui uma espiritualidade oriunda da Graça, espiritualidade esta que traz com resultado na vida do que crê e da Igreja os ATOS DE PIEDADE e as OBRAS DE MISERICÓRDIA, presentes nas dimensões eclesiais da Intra-Igreja, Inter-Igreja e Extra-Igreja (sua vivência e missão fora dos seus limites internos e dentro do contexto da realidade histórica, humana e social).

Oremos a favor das pessoas, famílias, da sociedade do mundo e da Igreja de Cristo através dos lábios de Habacuque: “Aviva a tua obra, ó senhor. No decorrer dos anos e no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia”. (Hc. 3:1,2).

A obra é do Senhor. Nós somos parte dela e instrumentos da sua graça. Em nome de Jesus e sob unção do Santo Espírito Doador da Vida vivemos a fé e desenvolvemos a missão.





Pastor Theodomiro José de Freitas

E-mail:prtheodomiro@pibpavuna.com.br

14/11/2010

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