sexta-feira, 10 de junho de 2011


PERDIDO DENTRO DA IGREJA.


O texto de Lucas 15.25-32, fala sobre o irmão do filho pródigo. Ele aponta o terrível perigo de estar na casa do pai, dentro da igreja, obedecendo leis, cumprindo deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado, e ainda assim, estar perdido. Podemos chegar a essa conclusão pelas seguintes razões:

1. Vive dentro da igreja, mas não é livre (v. 29) – Ele não vive como filho, mas como escravo. Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua obediência não provém do coração, mas da obrigação. Ele nunca entendeu o que é ser filho. Nunca conheceu o amor do Pai. Muitos, também, estão na igreja por uma mera obrigação. Obedecem, mas não têm alegria. Estão na casa do Pai, mas vivem como escravos.

2. Vive dentro da igreja, mas está com o coração cheio de amargura (v. 29,30) – O filho mais velho irrita-se com a misericórdia do Pai. Ele não se alegra com a restauração do seu irmão caído. Para ele quem erra não tem chance de restauração nem deve ser objeto de perdão. Na religião dele não havia agenda para o amor. Mas a Palavra de Deus diz que quem não ama a seu irmão ainda permanece nas trevas. O ódio que ele sentia pelo irmão não era menos grave que o pecado de dissolução que outro cometera fora da igreja. O ressentimento que crepitava em seu coração o isolou do Pai e do irmão. Ele se recusou a entrar em casa para celebrar a volta do irmão arrependido, antes encolheu-se, magoado, revoltado, envenenado pela mágoa destruidora.

3. Vive dentro da igreja, na presença do Pai, mas anda como solitário (v. 31) – Ele anda sem alegria. Está na casa do Pai, mas não tem comunhão com ele. Muitos também, estão na igreja, mas não têm intimidade com Deus, não desfrutam da alegria da salvação, não experimentam as doces consolações do Espírito, vivem como órfãos, sozinhos, curtindo uma solidão dolorosa.

4. Vive dentro da igreja, mas não se sente dono do que é do Pai (v. 31) – Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Tinha toda a riqueza do Pai à sua disposição, mas vivia como escravo. Era filho, mas não banqueteava com os seus amigos. Assim, também, muitos vivem na igreja sem experimentar os banquetes do céu, servindo a Deus por obrigação, sem alegria no coração.

O mesmo Pai que saiu para abraçar o filho pródigo arrependido, sai para conciliar este filho revoltado. O arrependido, com o coração quebrantado, festejou a sua restauração; o outro, ficou do lado de fora, perdido, com o coração endurecido.

Rev. Hernandes Dias Lopes.
Eu quero ser um vaso novo.

O profeta Jeremias foi chamado a descer à casa do oleiro para receber uma mensagem de Deus para a nação de Judá (Jr 18.1-6). Ali ele viu o oleiro trabalhando sobre as rodas, moldando o barro e fazendo dele um vaso novo. O vaso havia se estragado nas mãos, mas em vez do oleiro jogar o vaso fora, fez dele um vaso novo. Esse episódio encerra algumas preciosas lições:

1. Deus não desiste de você, mesmo quando você falha em cumprir seu propósito (Jr 18.4). O oleiro não jogou no lixo o vaso que se lhe havia estragado nas mãos. Ele não o colocou num canto como algo imprestável. Ele não desistiu desse vaso, mas fez dele um vaso novo. Assim, também, Deus não desiste de você. Mesmo quando você se torna como um barro sem liga ou como um vaso estragado, Deus continua investindo em sua vida. Ele não abre mão de fazer de você um vaso novo. Deus não desiste de fazer um milagre em sua vida. Ele não abdica do direito que tem de fazer de você um vaso de honra, um vaso útil, preparado para toda boa obra. Mesmo quando você cai, fracassa e se desvia, Deus não considera você como sucata imprestável. Ele não olha você com desprezo. Como oleiro divino, ele investe em sua vida e transforma você, para que você cumpra os propósitos eternos que ele mesmo estabeleceu para sua vida.

2. Deus não faz apenas remendos em sua vida; ele faz de você um vaso novo (Jr 18.4). O oleiro não remendou o vaso que se lhe havia estragado nas mãos. Ele não se contentou com meias medidas. Ele fez um vaso novo. A obra de Deus em você é completa. Ele faz de você uma nova criatura. Ele não quer apenas uma reforma externa, um verniz de aparência. Ele quer dar-lhe uma nova vida, uma nova mente, um novo coração, uma nova família, uma nova pátria. Deus tem para você uma vida nova, com novos gostos, novas preferências, novos alvos, novos sonhos, novos compromissos. A vida com Cristo é novidade de vida. É vida santa, é vida no altar, é vida cheia do Espírito, é vida abundante, maiúscula, superlativa, eterna. A obra de Cristo em você é um milagre extraordinário. Portanto, você deve despojar-se dos trapos da murmuração e revestir-se com as vestes de louvor. Você deve largar para trás o espírito angustiado e cobrir-se com roupagens de louvor e óleo de alegria.

3. Deus não faz de você um vaso segundo o seu querer, mas um vaso segundo o seu propósito soberano (Jr 18.4). Deus fez do vaso que se lhe havia estragado nas mãos um vaso novo, segundo bem lhe pareceu. A obra de Deus em você não é conforme os ditames da sua vontade, mas conforme os propósitos soberanos do próprio oleiro divino. Deus tem o melhor para você. Os planos de Deus para a sua vida são mais elevados do que os seus próprios sonhos. O projeto de Deus para a sua vida são mais altaneiros que os seus próprios projetos. A vontade de Deus e não a sua deve prevalecer em sua vida. Ele é o oleiro, e você o barro. Não é o barro que manda no oleiro; é o oleiro que molda o barro. O oleiro tem o direito de fazer do barro o que lhe aprouver. O oleiro divino que molda você é o mesmo que espalhou as estrelas no firmamento e o mesmo que lançou os fundamentos da terra. O oleiro divino está empenhado em esculpir em você a beleza de Jesus. Seu projeto eterno é transformar você à imagem do Rei da glória. Ele lhe predestinou para você ser conforme à imagem do seu Filho. Deus jamais desistirá desse projeto. Seus planos não podem ser frustrados. Se preciso for, ele vai quebrar o vaso e fazê-lo de novo. Mas, jamais vai desistir de fazer de você, um vaso de honra.

Rev. Hernandes Dias Lopes

A restauração de Deus na tragédia

Referência: Jó 1, 2, 42

INTRODUÇÃO

1.Um esforço concentrado do inferno para destruir a família

A família está sendo bombardeada com arsenal pesado. Há torpedos mortíferos apontados para a família. É a crise conjugal. É crise dos jovens. É a crise dos valores.

A família está perdida. A educação moderna está perdida. As instituições não sabem o que fazer para reverter essa crise.

2.Seis áreas básicas que o inimigo tenta atacar em nossa vida

a)Nosso relacionamento com Deus

b)Finanças

c)Filhos

d)Saúde

e)Casamento

f)Amizades.

3.Deus proclama o caráter de Jó – 1.8

Deus conhece os que são seus. Deus conhece sua vida. Ele sabe quem é você. Ele sabe o que você não faz e o que você faz. Ele conhece seus pensamentos, seus desejos, seus sonhos. Deus elogia Jó pela sua piedade e integridade.

4.Satanás levanta suspeitas sobre as motivações de Jó – 1.9-11

Ele disse que Jó serve a Deus por interesse.

Disse que Jó serve a Deus porque Deus o tem enriquecido.

Satanás acusa Jó de amar mais o dinheiro, os filhos e a saúde do que a Deus.

5.Deus constitui Jó como seu advogado na terra – 1.12

Deus confia em Jó. Jó não sabia, mas ele havia sido constituído como advogado de Deus na terra ao passar pelas duras provas e revezes da vida. Se Jó naufragasse, era o nome e a reputação de Deus que estava em jogo.

I.OS TORPEDOS DO INFERNO NA FAMÍLIA DE JÓ

1.Satanás acatou os bens de Jó – 1.13-20

a)Ele usou homens – sabeus e caldeus roubaram e saquearam os rebanhos de Jó. Ele foi espoliado, roubado. Jó decretou falência. Foi à bancarrota. Abriu concordata.

b)Ele usou fogo – queimou ovelhas e servos (1.16).

Jó sendo o homem mais rico do Oriente, ficou pobre, sem crédito. Sua empresa faliu, seu negócio acabou.

A crise financeira é a crise de muitas famílias hoje. É o investimento que não deu certo. É o negócio que se frustrou. É a empresa que não reage. É a globalização que solapou sua estabilidade. É o jovem que sai da Faculdade sem perspectiva de emprego. É o pai de família que é mandado embora aos 50 anos e não arranja mais emprego.

Talvez um acidente, uma tragédia, uma mudança de política na empresa pegou você de surpresa e pôs sua vida financeira de cabeça para baixo. Tudo que você construiu durante anos foi de água para baixo.

2.Satanás atacou os filhos de Jó – 1.19

a)Jó era um pai exemplar (1.4,5) – Jó inspirava amizade no coração dos filhos (1.4). Ele tinha comunhão com os filhos (1.5). Ele santificava os filhos (1.5). Ele orava por todos os filhos (1.5). Ele orava pelos filhos de madrugada e continuamente (1.5). Ele priorizava a vida espiritual dos filhos.

b)Satanás atacou os filhos de Jó num dia de festa e comunhão familiar – Todos os filhos morreram num único desastre. Jó vai para o cemitério sepultar todos os seus 10 filhos de uma única vez. Sua dor é indescritível. Jó raspou a cabeça, mostrando que a sua glória havia apagado.

c)Os amigos de Jó o acusam – Disseram que a habitação de Jó havia sido amaldiçoada (5.3). Disseram que seus filhos haviam sido desamparados e destruídos (5.4). Disseram que seus filhos eram rebeldes e por isso Deus os havia destruído (8.4).

d)Quem sabe este é dilema da sua vida hoje – Há muitos filhos que estão sendo atingidos pelos dardos inflamados do maligno. Há muitos pais e mães que estão chorando pelos filhos. Há muitos filhos que estão no mundo, no vício, no pecado. Quem sabe seus filhos são rebeldes, desobedientes e isso está acabando com você.

3.Satanás atacou a saúde de Jó – 2.4-6

Satanás achou que Jó amava mais a sua pele do que a Deus.

Jó então foi ferido: infecção, mau hálito, dor, pele necrosada, corpo encarquilhado. Raspava suas feridas com cacos de telha.

As pessoas cuspiam nele. Seus ossos ardiam. Formavam-se bolhas de pus e ele mordia nessas bolhas para aliviar sua dor.

Sua dor foi tão grande que ele: 1) Desejou morrer no ventre da mãe (3.11; 10.18); 2) Desejou morrer ao nascer (3.11); Desejou que os seios de sua mãe estivessem murchos para morrer de fome (3.12); 4) Procurou e desejou a morte, mas a morte fugiu dele (3.21,22).

Quem sabe você vive o drama de uma enfermidade na família, uma doença crônica, um diagnóstico sombrio e uma cirurgia iminente.

4.Satanás atacou o casamento de Jó – 2.9,10

A mulher de Jó não suportou a pressão. Ela estava acostumada com o sucesso e não com o sofrimento. Ela estava acostumada com as glórias da prosperidade e não com o vale da adversidade.

Ele se insurgiu contra Deus, blasfemou contra ele, ergueu os punhos contra o céu e ordenou seu marido a romper com Deus e morrer.

Jó enfrenta o drama da crise conjugal. Do abandono da esposa na hora da sua maior solidão e aflição. É a dor que supera o romance. É a revolta mostra a carranca. É a crise no casamento que se instala. É o divórcio do cônjuge e depois dos filhos.

5.Satanás atacou as amizades de Jó

Eles são amigos – Vêm de longe.

Eles são solidários – Choram

Eles acusam Jó de:

a)Dizem que Jó não é convertido – 22.21-30ç

b)Dizem que Jó é um pecador endurecido – 11.3

c)Dizem que Jó é rebelde contra Deus – 34.35-37

d)Dizem que Jó é hipócrita – 4.3-5

e)Dizem que Jó é adúltero – 8.6,7ç 22.5

f)Dizem que Jó é ladrão – 18.19

g)Dizem que Jó é explorador dos pobres – 22.6

h)Dizem que Jó é insensível às necessidades dos aflitos – 22.7,9

i)Dizem que Jó é louco – 5.2

Quem sabe seus amigos mais achegados se voltam contra você: é a decepção, a mágoa, a traição, a acusação insolente, injusta.

II. A ATITUDE DE JÓ DIANTE DO DRAMA DO SOFRIMENTO

1.Jó desaba com Deus sobre sua dor

Jó, na sua angústia levou aos céus 16 vezes a pergunta: POR QUE.

a)Por que estou sofrendo

b)Por que perdi meus filhos

c)Por que Deus não responde minhas orações

d)Por que perdi meus bens

e)Por que meu casamento acabou

f)Por que meus amigos me acusam

g)Por que Deus não me mata

Jó estava cheio de queixas. Ele levantou 34 queixas contra Deus.

2.Ninguém entendeu a causa do sofrimento de Jó

a)Satanás – Ele serve a Deus por interesse.

b)A mulher de Jó – Revolta-se contra Deus, abandona-o e pede ao marido para desistir de Deus e morrer.

c)Seus amigos – A causa são os pecados de Jó.

d)Jó – acha que suas aflições foram impostas por Deus.

e)Ninguém discerniu que era Satanás que estava atacando Jó. Ilustração: SARA.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS NA RESTAURAÇÃO DE JÓ

1.Deus não respondeu sequer um dos questionamentos de Jó, mas faz-lhe 70 perguntas.

Onde estavas tu quando eu lançava os fundamentos da terra

Onde estavas tu quando eu espalhava as estrelas no firmamento.

Onde estavas tu quando eu punha limite nas águas do mar.

Deus mostrou para Jó sua soberania.

Quando não pudermos entender o que Deus está fazendo: podemos saber que ele está no controle e é nosso Pai.

2.Tudo que Satanás intentou contra Jó, Deus reverteu em bênção

Satanás tentou afastar Jó de Deus, mas Jó ficou mais perto do Senhor.

Satanás tentou destruir a confiança de Jó através do sofrimento, mostrando que Deus não era nem soberano nem amor; mas Jó se curva diante da soberania de Deus – Ilustração – O satanista que enviou uma compra para uma crente em necessidade.

Satanás tentou azedar o coração de Jó com mágoa de seus amigos, mas Jó intercede por eles.

Satanás tentou tirar tudo de Jó, mas Deus devolveu-o em dobro.

Jó compreendeu seis coisas:

1)Ele entendeu que não há crise que Deus não possa reverter – “Bem sei que tudo podes…” (42.2);

2)Ele entendeu que os desígnios de Deus não podem ser frustrados: “E nenhum dos teus desígnios pode ser frustrado” (42.2);

3)Ele admitiu que o seu conhecimento de Deus era superficial – “Eu te conhecia só de ouvir” (42.5);

4)Ele passou a conhecer a Deus de forma mais profunda a pessoal – “… mas agora os meus olhos te vêem” (42.5);

5)Ele reconheceu sua precipitação no falar – “Na verdade falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (42.3);

6)Ele passou a conhecer profundamente a si mesmo – “Por isso me arrependo no pó e na cinza” (42.6).

3.Deus restaurou a sorte de Jó

Deus restaurou todas as áreas atingidas na vida de Jó:

a)Deus restaurou os bens de Jó – dando-lhe o dobro. Hoje Deus pode por em ordem sua vida financeira. Ele pode reerguer você. Ele é o Deus da provisão.

b)Deus restaurou a saúde de Jó – Viveu mais 140 anos. Ele viu seus filhos e os filhos de seus filhos. Ele teve uma vida longa e feliz. Deus pode curar suas enfermidades. Deus pode lhe dar a alegria de ver seus filhos crescendo, se casando. Deus pode lhe dar a alegria de ver seus netos e sendo instrumentos de bênção no mundo.

c)Deus restaurou o casamento de Jó – O casamento de Jó foi curado, transformado. Acabou a mágoa, a revolta, o esfriamento. Deus é especialista em reparar vasos quebrados. Para Deus não há causa perdida nem casamento perdido. Talvez você pensa que o divórcio é a única saída. Mas Jesus pode transformar a água em vinho.

d)Deus restaurou os filhos de Jó – Agora, Jó tem 10 filhos no céu e 10 filhos na terra. Não deu o dobro, porque não perdemos os nossos filhos com a morte. Seus filhos são filhos da promessa. Não abra mão de seus filhos. Aqueles filhos que hoje podem estar lhe trazendo dor, amanhã serão baluartes nas mãos de Deus.

e)Deus restaurou os amigos de Jó – Em vez de guardar mágoa das pessoas que falam mal de você, ore por eles. Porque através da intercessão Deus vai curar você e perdoar seus amigos.

CONCLUSÃO

Deus pode restaurar sua família. Deixe de murmurar. Dobre os joelhos e comece a orar e os céus se manifestarão;

Foi quando Jó começou a orar que a sua cura brotou.

Jó começou esse processo tendo Deus como o ponto principal de relacionamento e terminou com Deus em primeiro lugar.


Rev.Hernandes Dias Lopes


Quando Deus não responde as orações

O texto de Lucas 18.9-14 conta a parábola do fariseu e do publicano. Os dois foram ao mesmo templo, em uma mesma hora e com o mesmo propósito: orar. O resultado, porém, foi diferente. Deus ouviu a oração do publicano, mas não respondeu a oração do fariseu. Por quê?

1. Porque sua oração foi apenas um discurso retórico para exaltar suas próprias virtudes – vv. 11,12
Orar não é proferir fórmulas bonitas, bem formuladas, ainda que regadas de lágrimas. Orar não é se exaltar e proclamar suas próprias virtudes. O fariseu não orou, ele fez um discurso eloqüente para se autopromover. Ele não orou, ele tocou trombetas. Ele não orou, ele aplaudiu a si mesmo. Ele não orou, ele fez cócegas no seu próprio ego. Ele não orou, ele fez um solo do hino “Quão grande és tu” diante do espelho. Não existe nada mais abominável aos olhos de Deus do que o orgulho. Deus resiste aos soberbos. Lúcifer foi expulso do céu por causa do seu orgulho. A soberba precede à ruína. É impossível orar sem as vestes da humildade. Soberba e oração não podem habitar no mesmo coração ao mesmo tempo.

2. Porque sua oração não se dirigia precisamente a Deus – v.11
Sua oração era voltada para si mesmo. Era dirigida ao plenário que estava ali concentrado. Deus era apenas uma moldura para realçar os seus feitos notáveis e a perfeição de suas ações. Deus era apenas um trampolim para ele alcançar a notoriedade pública e a admiração do povo. Ele agradece a Deus não as suas dádivas, mas suas virtudes próprias. A oração do fariseu estava empapuçada de orgulho, recheada de vaidade, entupida de soberba. O fariseu estava tão cheio de si mesmo que ele não conseguia ver a Deus nem amar o próximo. A oração do fariseu não foi dirigida ao céu, mas às profundezas da sua própria vaidade. Ele não falou com o Deus supremo que está no trono do universo, mas dirigiu-se ao seu próprio eu, encastelado na torre da soberba mais tresloucada.

3. Porque sua oração estava fora do princípio de Deus
a. Pela sua posição – v. 11. Ele orou de pé, em lugar elevado, à vista de todos. Não é a posição física, mas é sua altivez diante de Deus e do próximo. Ele se colocou de pé para melhor sobressair a sua pessoa e os seus decantados méritos. Ele orou perto do altar, o lugar do sacerdote. Ele buscava as luzes do palco. Ele queria que os holofotes estivessem com o seu feixe de luz concentrado nele.

b. Pelas palavras – vv. 11,12. Engenhosamente, ele escolhe palavras que melhor enfoquem as suas virtudes e tornem mais abominável e desprezível a pessoa dos outros. Avulta o pronome eu em igualdade ao nome de Deus e superior aos demais homens. Ele se considera o melhor de todos os crentes e vê as demais pessoas como ladrões, injustos e adúlteros.

c. Pelas intenções – vv. 9,10. O fariseu procura o templo no momento em que há muita gente. Ele quer platéia. Quer destaque e evidência. Ele entrou no templo para orar e não orou. Ele se dirige a Deus como alguém auto-suficiente. Ele entrou no santuário sem amor no coração pelo próximo, por isso, sem amor a Deus.

d. Pelos sentimentos – v. 11. Sua oração é uma peça de acusação leviana contra todos os homens e mais particularmente contra o humilde publicano. Olha para o próximo com desdém e desfere contra ele perversas acusações e caluniosas referências. O fariseu nada pediu. Ele tinha tudo e era tudo. Ele pensava ser quem não era. Ele era um megalomaníaco, uma pessoa adoecida pelo sentimento de auto-exaltação.

4. Porque sua oração não se baseava na misericórdia de Deus, mas na confiança própria – v. 14
A base da sua oração não era a graça de Deus. Ele estava confiado não em Deus, mas em si mesmo. Ele ora não para se quebrantar, mas para exaltar-se. Podemos concluir que nenhum orgulhoso que menospreze seu semelhante pode prevalecer na oração. “O fariseu entrou no templo cheio de nada e saiu vazio de tudo”.
O texto bíblico conclui dizendo que o publicano e não o fariseu desceu para a sua casa justificado diante de Deus, porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar, será exaltado (Lc 18:14). Não há espaço para soberba diante de Deus, pois o Senhor declara guerra contra os soberbos. Ninguém pode orar verdadeiramente a não ser que tenha o coração quebrantado. Nenhuma oração prospera diante de Deus a não ser que o coração esteja vazio de vaidade e cheio de amor. Onde tem inveja, mágoa ou desprezo pelo próximo pode ter abundante religiosidade, mas não comunhão com Deus; pode ter pomposa encenação, mas não oração que chega aos céus.

Rev. Hernandes Dias Lopes.